Foto: Cláudio Tavares
Já vivemos a era do cérebro global, e ele é representado pela internet e todos que a utilizam. O filósofo da cultura da internet, o tunisiano Pierre Lévy, abordou o assunto na conferência “Horizontes do conhecimento na era digital”, que aconteceu às 20 horas de hoje (23) na 14ª Jornada Nacional de Literatura. Autor do conceito de inteligência coletiva, ele é um defensor ferrenho da internet como uma forma de democratização da cultura.
Durante a conferência, Pierre apresentou mapas e esquemas didáticos que mostram a sua concepção de uma nova linguagem para nortear e avaliar o sentido dos dados trocados pela rede. “Trata-se de uma utopia linguística, mas que pode se tornar real e mudar a maneira como lemos e escrevemos”, disse em um inglês temperado pelo sotaque francês. Essa língua seria capaz de categorizar dados como se quiser, incorporando significados. “Esses significados não são absolutos, por isso costumo chamar isso de jogos de interpretação coletiva.”
Relacionando o universo material e espiritual (da cultura simbólica), ele reforçou que estamos explorando novas relações mentais a partir do uso extensivo dos computadores e da internet. Isso estaria transformando a nossa habilidade cognitiva. “O aumento da capacidade de gravar e armazenar dados continua crescendo, e podemos transmitir informações de qualquer lugar para outro”, disse. “Estamos apenas no começo desse processo e precisamos refletir sobre isso. Ainda não sabemos como usar todo esse potencial.”
Para ele, a exploração das mídias digitais deveria estar a serviço do processo de recepção e transmissão de cultura. “Estamos vivendo um grande momento de transformação, que considero tão importante quanto a transição da cultura oral para a escrita”, destacou.
PArabéns pela síntese das ideais apresentadas por Lévy e pela impressionante rapidez na divulgação.
ResponderExcluirO evento está lindo, energizante e muito bem organizado!
=)