Foto: Pedro Coppini
“Nunca falei para uma platéia tão grande”, disse o presidente do Conselho da Livraria Cultura, Pedro Herz, durante a palestra “Livro: perspectivas de negócios’, para mais de 400 alunos da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da UPF. Ele foi recebido pelo diretor da unidade acadêmica, professor Eloi Dalla Vechia.
Bem informal, Pedro Herz pediu para sentar e contou a história da sua empresa. Para surpresa de muitos, começou dizendo que tem mais de dois mil funcionários e nenhuma secretária,mesmo nas filiais. “Se vocês ligarem para o meu ramal, se estiver na mesa eu atendo e se não estiver fica o recado na secretária eletrônica”.
Seus pais eram alemães e vieram para o Brasil fugindo do nazismo, em 1938. Primeiro ficaram por uns tempos na Argentina e depois escolheram São Paulo para morar, cidade onde Pedro e o irmão nasceram.
Quando percebeu que vários amigos alemães que também estavam no Brasil sentiam falta de livros no seu idioma, a mãe foi em busca de um financiamento com um importador conhecido, comprou dez livros e começou a emprestá-los. Da garra e visão de Eva nasceu ali a Livraria Cultura, hoje um império com 11 filiais, a 12ª que será inaugurada semana que vem no Rio de Janeiro e o projeto de nos próximos anos partir para uma gestão profissional, abrindo o capital da empresa.
Desde o ano 2000 a Livraria Cultura trabalha também com CDs e DVDs e foi pioneira no uso da Internet para as vendas (18% do faturamento). Essa história de sucesso envolve dois fatores fundamentais: “Investimos muito em tecnologia e Recursos Humanos. Nossos funcionários recebem uma ótima remuneração, acima do mercado, mas exigimos muito. Eu não vendo livros, eu vendo conteúdo”.
Pedro diz que os novos tempos trouxeram um mercado complicado, onde tudo vira obsoleto com muita facilidade. “Não basta ter a formação, é preciso estar informado o tempo todo para garantir espaço no mercado de trabalho.”
“O hábito de leitura nasce em casa”, ele garante. Não acredita que o livro digital vai substituir o livro impresso: “É positivo, estimula a leitura em outro espaço físico”. E quando perguntaram quais os livros que recomenda, foi direto: “Não recomendo livro nenhum e não releio nada, há muita coisa nova para se conhecer”
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