terça-feira, 5 de julho de 2011

Para ensinar a ler, leia

O debate “A literatura além do verbal” vai colocar em pauta um tema interessante do universo da literatura infantil: os novos formatos que vêm sendo apresentados nos livros, com diversas possibilidades gráficas. O escritor, professor e acadêmico Gustavo Bernardo é um dos debatedores, ao lado de Múrcia Martha Monteiro - Sieburth, da Holanda, Darcia Labrosse, do Canadá, Fanuel Díaz, da Colômbia, e Roger Mello, do Brasil. Eles se reúnem no dia 24 de agosto, das 8h30 às 11h30, no Auditório do Hospital Veterinário, no Campus I da Universidade de Passo Fundo, como parte da programação da 14ª Jornada Nacional de Literatura.


Carioca, Gustavo concilia a atividade acadêmica com a veia literária. Ele é Mestre em Literatura Brasileira e Doutor em Literatura Comparada. Atua como professor de Teoria da Literatura, coordenador do Mestrado em Teoria da Literatura e Procientista na UERJ, além de ser pesquisador do CNPq. Por outro lado, também tem um currículo invejável de literatura: publicou um livro de poemas e dez romances, além de dez ensaios e de ter organizado sete coletâneas. Para 2011, a editora Annablume prepara a publicação da coletânea “A filosofia da ficção de Vilém Flusser”.

Em sua opinião, um dos principais entraves para a leitura entre crianças e jovens são os exemplos fracos. “São pais que não leem e professores que, embora mandem ler, também não leem regularmente e apaixonadamente”, comenta. Assim como acontece na Jornada Nacional de Literatura, ele considera os encontros entre professores e escritores essenciais como modo de envolve-los na magia da leitura, assim como a melhoria dos salários. “Esses encontros são até mais importantes do que aqueles entre escritores e alunos. Deveríamos nos dedicar a estimular primeiro os professores, se são eles que estão no dia a dia ensinando os alunos.” Nesse contexto, o interesse das crianças e jovens pelas redes sociais da internet poderia até servir como estímulo para a leitura. “Com as redes sociais e a internet eles se escrevem, eles se leem, e ainda têm a oportunidade de trocar leituras. Pais e professores é que precisam se antenar com seus filhos e alunos, sem deixar de ler (muito!) e mostrar para eles o que estão lendo.”