segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mercado e criação literária para jovens leitores



A brasileira Maria Dolores Prades vem se especializando na literatura infanto-juvenil, através de diversos ângulos. Ela acaba de assumir o cargo de curadora da Babel Jr., o selo de literatura para jovens leitores da editora Babel. Como publisher e gestora, há onze anos o seu foco são os livros para essa faixa etária. Por outro lado, ela desenvolveu pesquisas sobre essa área e vem participando dos principais seminários nacionais e internacionais. E, como não poderia deixar de ser, no dia 23 de agosto, das 8h30 às 11h30, ela estará presente pela terceira vez na Jornada Nacional de Literatura, na mesa Mercado e criação literária, que faz parte do Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Juvenil - Literatura para crianças e jovens: um novo pensamento crítico.

Em sua opinião, um dos maiores entraves para a leitura entre crianças e jovens é a carga que vem com a disciplina escolar. “Isso acaba contrariando a própria natureza da leitura como atividade autônoma e a relação única e singular entre um leitor e o texto literário”, comenta. Para ela, a receita para envolver os professores na magia da leitura é simples: “é preciso formá-los leitores”.

Ela avalia de modo positivo a mania dos jovens pelas redes sociais virtuais, na perspectiva de virem a ser canais de entrada no universo da leitura. “Essas crianças que estão ligadas às redes sociais estão lendo. Não podemos reduzir a leitura a uma única forma. Se essa leitura vai ou não contribuir para a formação de leitores futuros, literários, críticos, essa é outra questão”, acredita. “Nesse sentido, acho que o prejuízo pode vir se a atividade desses jovens e dessas crianças se reduzir a isso. Se eles não tiverem modelos de leitura próximos, se o livro não for um objeto familiar, com ou sem redes sociais, a probabilidade dessas crianças e desses jovens serem leitores é bem distante.”