quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um mundo de mídias, um mundo de potencialidades

Quando se fala em convergência de mídias e em novas possibilidades na construção de narrativas, Henry Jenkins é um nome-chave: autor do livro “Cultura da Convergência”, ele é professor de comunicação, jornalismo e artes cinematográficas na Universidade do Sul da Califórnia e foi pioneiro no estudo do fenômeno do transmídia – a possibilidade de usar de diferentes meios de comunicação e tecnologias com um propósito comunicativo comum.

No próximo sábado, dia 2, o estudioso será um dos destaques da sétima edição do projeto carioca Descolagem. O evento acontece no Núcleo Avançado de Educação (NAVE) e discute a influência das tecnologias na produção e no compartilhamento de conhecimento e informação.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Jenkins menciona, entre outras coisas, o grande potencial de exploração multimídia do conteúdo do universo de Harry Potter na criação do projeto Pottermore, da escritora britânica J. K. Rowling. Um dos pontos principais de sua fala é uma espécie de “democratização criativa” possibilitada pelo transmídia: a construção de outras narrativas por fãs baseadas nas originais de um autor. Assim, aponta para a necessidade de uma revisão generalizada na política de direitos autorais no contexto atual de economia de rede. Esta mudança estaria ligada à organização também em rede da sociedade. 

Além disso, ele vê um potencial comunicativo revolucionário na fusão brasileira de tradição arraigada e digitalização. De acordo com ele, o Brasil poderia se consolidar como uma “superpotência da mídia e da cultura pop”.

Mais um prêmio para Gonçalo Tavares

O escritor português Gonçalo M. Tavares, convidado da 14ª Jornada Nacional de Literatura, acaba de conquistar um novo prêmio para a sua respeitável coleção de distinções. Seu livro "Uma viagem à Índia" (LeYa, no Brasil, e Caminho, em Portugal) ganhou o Grande Prêmio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e do Ministério da Cultura de Portugal. O título concorreu com outros 98 inscritos e o autor foi premiado com 15 mil euros. Entre uma série de outros prêmios, Gonçalo M. Tavares já foi vencedor do Portugal Telecom e Prêmio Saramago.

E fato digno de nota: recebeu um elogio do próprio José Saramago, que brincou em um discurso na atribuição de um prêmio ao livro "Jerusalém", de Gonçalo: "Jerusalém" pertence à grande literatura ocidental. Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos: dá vontade de lhe bater!". O grande talento da literatura portuguesa participará do debate "Identidade, literatura e cultura na globalização", no dia 24 de agosto, às 14 horas, no Palco de Debates.