sexta-feira, 29 de julho de 2011

Anedotas literárias


Os Anedotários da Jornada são uma série de livros dedicados a expor os bastidores da Jornada de Literatura através dos anos. Episódios engraçados, tensos, inusitados, ridículos e outros mais compõem este registro histórico. A antologia conta com três livros, somando o total de 95 relatos de escritores participantes e de membros da organização do evento.

São momentos como o retratado no texto “Reiteradas ‘transgressões’” - transcrito abaixo diretamente do segundo volume do Anedotário - em que uma instituição nacional da literatura do quilate da Jornada se vê despida da seriedade e revela a imprevisibilidade das relações humanas que a constituem.



Reiteradas "transgressões"

"O serviço médico da Jornada foi acionado para atender a ma emergência. Um dos artistas que participou das performances realizadas na abertura de cada sessão da 3ª Jornadinha Nacional de Literatura estava hospedado no motel. As mudanças na temperatura, as atividades no Circo da Cultura com roupas inadequadas para aquela temperatura, a locomoção em espaço aberto e fechado provocaram uma grande gripe nesse jovem. O serviço médico da Unimed deslocou-se ao motel para avaliar o estado de saúde/doença do artista.

O motorista da UPF, encarregado de levar a médica de plantão, avisou a coordenação de que precisaria realizar esse deslocamento até o motel. A médica, uma mulher jovem e simpática, de estatura média, demonstrava um certo constrangimento. Ao entrar no apartamento do motel, visualizou o paciente deitado, totalmente coberto, com muito frio, em meio à cama redonda. Solicitou-lhe que se deslocasse para a beira da cama, deixando seus pés do lado de fora, descobertos, a fim de poder examiná-lo.

Constatou um estado gripal profundo, acompanhado de uma tosse severa. Aviou a receita. Solicitou ao motorista que, após deixá-la na Central Médica, comprasse os remédios e os levasse ao paciente para iniciar o tratamento. Dessa forma, o carro com a logomarca da UPF entraria pela segunda vez no motel em menos de uma hora.

Após a ingesta dos medicamentos, o paciente não apresentou a melhora esperada. Novamente acionado o serviço médico. O carro com a logomarca da UPF entraria pela terceira vez no motel, na mesma tarde. A médica identificou possíveis sinais de uma pneumonia. Solicitou um RX de tórax, que deveria ser feito no centro da cidade.

Enquanto o motorista levava a médica até o Circo da Cultura, o paciente ficou se preparando para ir até uma clínica.

O carro entrou pela quarta vez no motel. Até hoje, não se tem certeza se isso foi verdadeiro ou foi uma história inventada para justificar as entradas do carro com a logo da UPF no motel, por quatro vezes, na mesma tarde. Quanto ao estado do motorista, treme até hoje com medo de não ter sido entendido pela administração da Universidade..."



A Editora da Universidade de Passo Fundo é o órgão responsável pela publicação dos anais bem humorados da Jornada. Você pode adquirir o primeiro volume da coleção pelo site da editora.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quando jornalismo e literatura se encontram

Até que ponto as mídias convergem e divergem no atual cenário digital e de informações fragmentadas? Jornalismo e literatura podem se dar as mãos? Esses são alguns dos temas que devem estar presentes no debate "Diálogo, mídias e convergências", que acontece no dia 25 de agosto, às 14 horas, na 14ª Jornada Nacional de Literatura. A palavra estará com o escritor e diretor de televisão João Alegria (que também é curador da Jornight), o acadêmico americano e escritor de narrativas interativas Nick Montfort e os jornalistas e escritores Edney Silvestre e Eliane Brum.

Eliane representa um exemplo de como literatura e jornalismo se abraçam. Célebre por seu trabalho de jornalismo humanista e literário, ela acaba de lançar o seu primeiro livro de ficção: “Uma Duas” (LeYa), um romance que aborda a relação entre uma mãe e uma filha. “A necessidade de escrever ficção se impôs nos últimos anos, especialmente a partir do meu trabalho com a morte no jornalismo. Em 2008 e 2009, praticamente só fiz reportagens sobre a morte”, conta. “Senti que precisava de uma outra voz para me expressar, porque só consigo elaborar os conflitos da vida escrevendo. Acho que a literatura sempre vem de uma profunda necessidade interna, assim como a reportagem, mas de um outro jeito.”

Ela define de modo poético o diálogo existente entre jornalismo e literatura de ficção. “Na reportagem, precisamos fazer o movimento de nos esvaziar (de nossos preconceitos, de nossa visão de mundo e de nossos julgamentos) para sermos preenchidos pela voz do outro, pela história que é do outro. E o nosso desafio é dar ao leitor a complexidade do real. No jornalismo, é a apuração que determina a qualidade do texto, para que ele seja substantivo”, fala.

-- Já na ficção, acredito que o desafio é o oposto. É preciso ter a coragem de se deixar possuir pela própria voz. É uma escuta dos nossos subterrâneos – e tão desconhecida de nós, apesar de vir de dentro, quanto a história do outro que contamos na reportagem. É, digamos, uma apuração interna, que se dá de outra maneira, mas é uma apuração. O jornalismo é limitado pela realidade de fora, a literatura pela realidade de dentro. Mas ambos são limitados, porque a palavra é sempre insuficiente para dar conta da vida.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Programação paralela recheia a Jornada

A 14ª Jornada Nacional de Literatura promove uma imersão completa em literatura. São debates, seminários, conferências, encontros para crianças, noites para jovens e uma série de conversas (confira a programação completa no site). Não bastasse tudo isso, há ainda uma intensa programação paralela, que anima diversos espaços de Passo Fundo com espetáculos, saraus, oficinas e, é claro, conversas sobre literatura.

As companhias teatrais Teatro De Pernas Pro Ar, Povo da rua, Teatro Novo e Bando de Brincantes entram em cena no Circo da Cultura e no Auditório do Centro de Eventos: O primeiro grupo apresenta "Cortejo espetáculo: banda circense", às 12 e às 17 horas, entre 23 e 26 de agosto. Já a companhia Povo da Rua mostra o espetáculo “A Caravana da Ilusão” nos dias 25 e 26, às 12h45. A Cia. de Teatro Novo, por sua vez, encena "Criança Pensa", às 12h30, ao passo que o Bando de Brincantes apresenta "Jogos de inventar, cantar e dançar", às 15h30, ambas as peças nos dias 23 e 24.

Já no dia 23 de agosto, às 19h30, Pedro Herz (na foto), o diretor da Livraria Cultura fala sobre as perspectivas de negócios do livro, no Auditório de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis. Os amantes do livro emblemático “O Estrangeiro”, de Albert Camus, terão duas chances para acompanhar uma conversa exclusivamente dedicada ao assunto com Jacinto Nelson de Miranda, no dia 25, no Auditório da Faculdade de Direito, às 8h30 e às 19h30.

Os cafés literários, mais informais, acontecem nos dias 23, 24 e 25, sempre às 17 horas, no Centro de Convivência da Universidade de Passo Fundo. Deles, participarão Vitor Ramil, o futuro vencedor do 7° Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura (divulgado no dia 22, na abertura da Jornada) e Marco Lucchesi. Os bate-papos com os autores se estendem a outros espaços: no Auditório do Centro de Eventos, o público poderá encontrar o escritor e criador de games Christopher Karstesmidt, assim como Flávia Lins e Silva e Maria Tereza Maldonado. Por outro lado, toda a vivacidade das histórias contadas oralmente poderá ser conferida nas sessões com Cibele de Costa Hubner, na quarta-feira, 24 de agosto, no Laboratório Central de Informática.

Além disso, a programação paralela oferecerá, entre terça e quinta-feira, oficinas relacionadas à tecnologia e ao cinema. Haverá também uma Feira do Livro no Centro de Cultura Popular, com lançamentos de livros e autógrafos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Paixão pelas Letras

O carioca Domício Proença Filho dedicou sua vida ao ensino da Língua Portuguesa. Atual ocupante da cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras desde março de 2006, ele é um dos imortais participantes do 4° Encontro Nacional da ABL. Ao lado do acadêmico Evanildo Bechara (escalado para substituir Marcos Vinicios Vilaça), ele estará no Auditório do Instituto de Ciências Exatas e Geociência (Iceg), da Universidade de Passo Fundo. O encontro entre os dois cânones acontece no dia 23 de agosto, às 8h30, e merece ser conferido.

Nascido em 1936, Domício lecionou em instituições de ensino fundamental, médio e superior. É Professor titular emérito de literatura brasileira na Universidade Federal Fluminense (UFF) e também reconhecido internacionalmente: ministrou cursos de Literatura Brasileira, na condição de professor titular convidado, nas universidades alemãs de Tübingen, Aachen e Colônia. Também já participou do Júri do Prêmio Camões, láurea maior da literatura lusófona.

Além disso, é um escritor prolífico: tem 55 obras de sua autoria, principalmente de conteúdo ensaístico e crítico e também títulos didáticos e paradidáticos, voltados à língua portuguesa e à literatura. Entretanto, isso não impediu que ele enveredasse também pelos caminhos da poesia e da ficção. Neste plano está o livro "Capitu - Memórias Póstumas", um de seus livros mais recentes. Trata-se de um romance original, escrito a partir de "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Escrito sob a ótica de uma das personagens mais famosas da Literatura Brasileira, este texto foi adaptado para leitura dramática da atriz Fernanda Montenegro.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conversa paralela com Flávia Lins e Silva


No dia 23 de agosto a 6ª Jornadinha inicia suas atividades. Na programação constam várias conversas entre jovens leitores e autores e apresentações musicais. Além de uma semana inteira praticamente dedicada aos diálogos, parte da programação paralela está reservada a eles. E o encontro inaugural é com Flávia Lins e Silva.

Flávia é documentarista, roteirista e escritora. Já escreveu para o cinema e para a televisão e é autora de mais de dez livros para crianças e jovens, dos quais sobressaem "O Iglu", "Diário de Pilar na Grécia" e "Mururu no Amazonas". Este último título foi incorporado por acervos literários internacionais como a do Congresso Americano, da Biblioteca Nacional de Paris e da White Raven.

Entusiasmada com a participação, ela estará nos dias 23 e 24 de agosto, às 14h30, no Auditório do Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo. Suas expectativas diante de interlocutores que leram sua obra não poderiam ser melhores: "vira uma conversa de verdade, com pessoas que certamente têm perguntas interessantes a fazer e não um simples 'encontro social'".

Jogos de palavra, algumas imagens e, é claro, uma narrativa interessante são os principais recursos tidos pela autora como capazes de criar interesse pela leitura no público infanto-juvenil. Além disso, acha que as novas mídias podem ser de grande ajuda para alcançar este objetivo. Aludindo aos livros digitais - que estão "na mesma mídia dos jogos" -, ela diz também ter assimilado uma dinâmica de publicação digital: "mantenho o blog da Pilar sempre com várias informações sobre livros e as crianças comentam os livros sugeridos. Muito bacana". Aliás, além do blog da Pilar - diário de sua principal personagem, cuja simpática boneca ilustra esta postagem - , a autora também pode ser encontrada em seu site oficial.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Leitura em debate com Rodrigo Lacerda


Revezando-se com Cláudio Fragata para conversar com um público jovem, na Lona Azul do Circo da Cultura, estará Rodrigo Lacerda. Responsável pela tradução de obras de autores clássicos para o português, Lacerda concilia este ofício com a publicação de obras originais nos últimos dezoito anos.

O escritor integra a programação de quinta-feira, dia 25 de agosto, da 6ª Jornadinha Nacional de Literatura, discutindo sobre seu primeiro romance dedicado ao público juvenil, "O Fazedor de Velhos". Publicado em 2008 pela editora Cosac Naify, o livro conquistou os prêmios Biblioteca Nacional, Fundação Nacional do Livro Infantil, Jabuti e White Ravens e foi adotado por colégios de todo o Brasil.

Sucinto em suas respostas, Lacerda acha positivo e diferente interagir com um público que com certeza já leu sua obra. Comenta que "a conversa nesses casos costuma ganhar rumos muito mais inesperados e, portanto, interessantes". O autor diz-se feliz em ter sido convidado e acredita garantir o interesse juvenil para seus livros por não subestimar sua inteligência.

Ele se encontra a partir das 14 horas com o público de estudantes do 6° ao 9° ano escolar, que julga menos propenso à paixão pelos livros, em parte pela enxurrada rotineira de informação. A dificuldade de atrair interesse pelo livro poderia ser um reflexo de que as múltiplas mídias novas "exigem menos esforço intelectual e tomam o tempo da criança e dos adultos". Talvez por isso valha a pena complementar a leitura, estendendo-a para o debate: "a experiência da leitura é, ainda, insubstituível para a expansão de nossa sensibilidade e de nossa compreensão da vida e dos outros", filosofa.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A escrita de Luiz Antonio Aguiar



Roteirizar histórias em quadrinhos e pocket books de faroeste foi, por muito tempo, a atividade profissional do carioca Luiz Antonio Aguiar. Hoje em dia, expandiu fronteiras: escreve livros para leitores adolescentes, fundou e codirige a AEILIJ - Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil - e é sócio da Veio Libri Produções Literárias.

Ele corre o país fazendo palestras e dialogando com leitores; assim, é apropriadamente um dos autores convidados da 6ª Jornadinha: participa de uma conversa com o público na Lona Amarela do Circo da Cultura da Universidade de Passo Fundo. O encontro acontece na quinta-feira, dia 25 de agosto a partir das 14 horas.

Na ocasião, os alunos de 6° ao 9° ano escolar terão a oportunidade de discutir livros como "Quem matou o livro policial?", leitura recomendada para os participantes da Pré-Jornadinha.

Na produção de Luiz Antonio Aguiar destacam-se vários livros referentes a Machado de Assis, entre eles uma adaptação de "O Alienista" e um almanaque sobre o autor. Premiado nacional e internacionalmente, Aguiar recebeu, pelo livro "Confidências de um pai pedindo arrego", o Prêmio Jabuti de 1994, bem como a Menção AltamenteRecomendáveis pela FNLIJ. Também mereceram a Menção outras obras, como a coletânea de contos "Eles são sete", "O fantasma do Barão de Munchausen", "Contos de Copacabana" e muitas outras.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A magia dos contadores de histórias


O escritor, ilustrador, contador de histórias e especialista em Literatura Infanto Juvenil Celso Sisto é o idealizador do II Seminário Internacional de Contadores de Histórias de 23 a 26 de agosto na Jornada de Passo Fundo. Este ano haverá o lançamento do livro “A história fora do papel: a oralidade e o espetáculo” que é o resultado do seminário anterior. Para esta edição estão confirmados Niré Collazo (Uruguai), Cristina Taquelin (Portugal), Elvira Novell (Espanha) e os nacionais Jonas Ribeiro, Augusto Pessoa,Tino Freitas, além do próprio Sisto.

Um bom contador de histórias é sempre uma ponte para levar o ouvinte até o livro, garante Sisto: “Neste seminário iremos discutir, sublinhar, conhecer experiências de atuação de contadores brasileiros e estrangeiros nos mais variados espaços: na sala de aula, na biblioteca, nos espaços comunitários (clubes, igrejas, câmaras de vereadores, prefeituras, salões, praças, museus, teatros, etc.). A pergunta principal do nosso seminário deste ano é: os espaços de atuação dos contadores de histórias exigem repertório, abordagens, metodologias de trabalho e de atuação diferentes?

Esses profissionais vêm ganhando cada vez mais espaço e relevância na formação de uma rede de agentes de cultura. Sisto mostra como os contadores de histórias podem contribuir com o encantamento: “Ninguém resiste ao fascínio de uma história bem contada. Uma história que toca o ouvinte, que desperta seu interesse, vai também suscitar o desejo de mais histórias. Vai dar vontade de ir até o livro, vai dar vontade de contar para os outros. Vai ficar ecoando lá dentro até se misturar com a própria história do ouvinte. Vai contribuir para o desvendamento do mundo, para a inventividade, para a criação, para a ampliação das capacidades expressivas. Enfim, essa cadeia começa no contador de histórias”.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O bom vírus da leitura, segundo Heloisa Seixas



A escritura de Heloisa Seixas não se prende a faixas etárias. Autora versátil, ela tem sete livros de literatura adulta publicados, quatro romances e três de contos, e até mesmo um de não-ficção. Mas também escreveu um livro infantil, “Histórias de bicho feio” (Companhia das Letrinhas, 2006) e outros para jovens como “Frenesi” (Rocco, 2006), com contos de terror; “Uma ilha chamada livro” (Record, 2009), com crônicas sobre ler e escrever; e “O prazer de ler” (Casa da Palavra, 2011), sobre leitura. Durante a 6ª Jornadinha, será discutido o seu livro “Contos mais que mínimos” (Tinta Negra, 2010), que contém minicrônicas, destinado a jovens adultos. Ela estará presente no dia 26 de agosto, das 14 horas às 16h30 na Lona Verde.

Em sua opinião, o mais importante é mostrar que ler é um prazer, e não uma obrigação. “É importante levar livros para as crianças, sejam clássicos ou não. Quando se consegue inocular nos jovens o vírus da leitura, isso fica como algo eterno, que não se apaga.”

Também acredita que a tecnologia possa ser uma aliada da leitura, quando bem empregada. “Você pode ler um clássico da Jane Austen num Ipad e ele continuará sendo um clássico da Jane Austen. E, mesmo com toda a informação disponível, o livro será sempre atraente para o jovem - pois só ele permite que o leitor seja coautor e não um mero espectador.”

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Literatura fantástica e games habitam o universo de Christopher Kastensmidt



Tarimba não falta ao norte-americano Christopher Kastensmidt, que vive há dez anos no Brasil. Durante a 6ª Jornadinha Nacional de Literatura, ele irá discutir a sua novela “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, baseada no Brasil colonial do século 16, no dia 25 de agosto, para alunos do 6º ao 9º ano, das 14 horas às 16h30, na Lona Vermelha, juntamente com Sérgio Capparelli. No dia 26, ele também vai participar de uma conversa paralela no auditório do Centro de eventos, das 9h30 às 10h30, para o público de pré-adolescentes e adolescentes que não está inscrito na 6ª Jornadinha.

Esta pequena novela foi uma das finalistas de uma das premiações mais importantes do mundo de literatura fantástica do mundo, o Prêmio Nebula. “A história trata de um holandês e um africano que se encontram em Salvador e começam uma série de aventuras. Ela mistura detalhes históricos com folclore nacional. Ao longo da série, os aventureiros vão conhecendo todos os brasileiros da época: índios, bandeirantes, jesuítas, escravos e outros”, conta o autor, que diz ser uma grande honra participar pela primeira vez da Jornadinha.

Ele que desenvolveu também uma série de games e é especialista em narrativas digitais, acredita que o segredo para atrair o interesse dos pequenos pela leitura é a variedade. “Cada pessoa é diferente, e se um gênero não agrada uma criança, temos que ter outros na mão para oferecer. O importante é encontrar algo que dispara o interesse daquela criança, porque o leitor é formado ou perdido na infância”, diz. “Não precisamos receber exatamente a mesma base cultural. Importante é ter cultura. A leitura, como uma árvore, vai expandindo após a semente ser plantada, não interessa qual que seja aquela semente.”

Assim como acontece na Jornada, na Jornadinha os pequenos leitores também lêem as obras dos autores presentes com antecedência para se prepararem para os debates. “Conhecimento da obra sempre ajuda na conversa. A leitura deixa a criança refletir e chegar à conversa com sentimentos e perguntas a expor”, acredita o autor. Em tempos de internet, tablets e outras plataformas de leitura, como ele, que trabalha com novas tecnologias, pensa que o interesse pelo livro impresso deveria ser estimulado? “É importante lembrar que o livro impresso não é a única forma de leitura. Hoje em dia temos pessoas que preferem o livro eletrônico, que pode ser lido nos celulares, tablets e outros aparelhos que dominam o nosso tempo. Então, por um lado, esta mesma tecnologia ajuda a difundir a leitura”, comenta. “Quando estas tecnologias chegam às escolas, podemos ver uma revolução de leitura. O número de cópias do livro não será mais uma preocupação. Com tecnologia digital, todas as crianças na escola podem ter acesso ao mesmo livro ao mesmo tempo.”

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Leonardo Brasiliense traz seus contos para a Jornada


O escritor Leonardo Brasiliense participará pela primeira vez da Jornada de Passo Fundo com o livro “Whatever”, da Editora Artes e Ofícios. Ele estará na Lona Azul ao lado de Giba Assis Brasil no dia 26 de agosto, na 6ª Jornadinha Nacional de Literatura e, em seguida, autografará sua obra.

Leonardo nasceu em São Gabriel/RS, formou-se em Medicina na Universidade Federal de Santa Maria e atualmente trabalha na Receita Federal. É autor dos livros O desejo da Psicanálise (Sulina, 1999), Meu sonho acaba tarde (WS Editor, 2000), Desatino (Sulina, 2002), Adeus conto de fadas (7 Letras, 2006, Prêmio Jabuti de Melhor Livro Juvenil em 2007), Olhos de morcego (7 Letras, 2007), Whatever (Artes e Ofícios, 2009) e Três dúvidas (Companhia das Letras, 2010). Tem publicado contos, minicontos e artigos em periódicos, antologias e sites literários, e é membro da Associação Gaúcha de Escritores.

Para ele, uma das formas de levar leitura de qualidade para as crianças é indicar os clássicos infantis: “Os clássicos ajudaram a formar o imaginário das gerações anteriores. Esse elo não pode se perder. Só se constrói um grande edifício mantendo os andares de baixo, senão tudo cai, ou ele nunca vai ser alto.

Entusiasmado com a leitura previa de seu livro pelas crianças participantes da Jornadinha, o escritor disse que essa iniciativa faz muita diferença na hora da conversa: “Espero que a obra consiga falar com eles muito mais do que eu mesmo”. Seu livro tem dez contos protagonizados pelo jovem João Pedro, que parece desanimado com os estudos e com a vida. A obra retrata sua relação com a escola, os colegas e a família, além das incertezas quanto ao futuro nos últimos anos do Ensino Médio.

Sobre o tema desta edição “Leitura entre nós: redes, linguagens e mídias”, Leonardo acredita que o problema é como utiliza-las em benefício da leitura : “Todas elas podem servir para incentivar a leitura, o que sabemos não ser a realidade hoje. Eu quero ter filhos logos e saber como incentiva-los para a leitura. Todo esse panorama me assusta.”

Para saber mais sobre o autor confira o site http://www.leonardobrasiliense.com.br) e o blog http://leonardobrasiliense.blogspot.com/).

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Esforço e recompensa da leitura

Foto: Divulgação/Natália Piserni

Às 14h do dia 25 de agosto, na Lona Azul do Circo da Cultura da Universidade de Passo Fundo, Cláudio Fragata dialogará com um público cativo: leitores de suas obras, cursando do 6° ao 9° ano escolar. Em sua primeira participação na Jornadinha, o autor deve discutir com os presentes sobre seu livro "Zé Perri", que conta sobre as várias visitas do escritor Antoine de Saint-Exupéry (autor do clássico "O Pequeno Príncipe") ao Brasil, mais especificamente a Florianópolis, quando trabalhava como piloto de avião.

Sobre as possibilidades para as crianças na conversa, Fragata diz: "Elas terão mais chances de interagir com o autor. Tirar dúvidas, matar a curiosidade, dizer o quanto gostaram (assim espero!)". A preparação para este encontro, com leitura prévia das obras em discussão no evento, foi feita ainda nas salas de aula, na Pré-Jornadinha e visa a aproximar ainda mais leitor e autor.

A respeito da necessidade de motivar nos jovens o interesse pelo livro impresso, Cláudio Fragata declara: "Não acredito que as novas mídias ameacem o livro. Não há nada parecido com um livro. Um livro será sempre um livro, algo para se manusear, folhear, olhar e mergulhar fundo em suas páginas, imaginar, voar".

Apesar da magia do livro, Fragata também pode ser lido na internet: está disponível em perfil no Facebook e em seu site oficial, que traz histórias, fotos, entrevistas e outras coisas mais aos leitores virtuais.

Ele considera importante a criação de um ambiente de leitura, que, por outro lado, não deve deixar de dividir espaço com internet, videogame, iPod etc. A proximidade do livro, seja nas mãos de parentes, seja frequentando bibliotecas e livrarias, ajuda a criar o ambiente para frutificar o hábito da leitura. Por isso, conclui: "Porque ler não é milagre. Exige esforço e estratégia. Em outras palavras, educação. Aquela que começa em casa. Não dá para passar essa responsabilidade aos professores. Eles também não fazem milagres".

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Bagagem acumulada em missões jornalísticas


O jornalista potiguar Murilo Melo Filho tem mais de 70 anos de experiência profissional e é um dos literatos presentes no 4° Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras, no dia 26 de agosto, na Jornada de Literatura de Passo Fundo.

Não é exagero afirmar que ele viveu de perto momentos históricos da política do século XX: uma de suas primeiras lembranças é ter presenciado, aos sete anos, o levante comunista ocorrido em Natal em 1935.
Em sua longa carreira, viu de perto a construção de Brasília, acompanhou Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart, Ernesto Geisel e José Sarney em missões jornalísticas. Estas também Garantiram entrevistas com figuras como Charles de Gaulle, Ernesto "Che" Guevara, Richard Nixon, Dwight Eisenhower, Fidel Castro, Ho Chi Minh, entre muitos outros.

No exercício da profissão, teve também a oportunidade de se relacionar com jornalistas ilustres como Câmara Cascudo, Carlos Lacerda e Júlio de Mesquita Filho. Cerca de cinquenta anos antes de ser imortalizado pela Academia Brasileira de Letras, Murilo Melo Filho costumava frequentar sessões da instituição com amigos. Em 1999, passou a ocupar a cadeira n°20.

Sua produção literária é predominantemente política, histórica e jornalística e bastante - embora não exclusivamente - voltada ao cenário brasileiro. Sua experiência certamente enriquecerá os debates com Alberto Venâncio Filho, escritor também presente neste dia do Encontro.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Marcos Vilaça à frente dos escritores da ABL



A Academia Brasileira de Letras foi fundada pelo escritor Lúcio de Mendonça e teve sua primeira sessão em 20 de julho de 1897, presidida por Machado de Assis. O autor dedicou-se até o fim da vida à instituição literária que tem a cultura da língua e da literatura nacional como objetivo. A ABL é composta por 40 membros efetivos e perpétuos, os literatos conhecidos como "imortais", dos quais oito prestigiarão pessoalmente os 30 anos da Jornada de Literatura de Passo Fundo.

Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, atual presidente da ABL, só tem elogios para a Jornada e seus 30 anos. Ocupante da Cadeira n° 26 desde o ano de 1985 (é o sétimo a preencher este espaço), está desde 2005 na presidência da instituição. Ele já passou uma vez pela Jornada, participando, a convite da Coordenadora Tânia Rösing, do que descreveu como "conferências de acadêmicos sobre clássicos da literatura brasileira".

Tais conferências compõem o programa dos Encontros Nacionais da ABL, que integram pela quarta vez a programação da Jornada de Literatura. Este ano, ele abre o Encontro ao lado de Domício Proença Filho, no dia 23 de agosto, às 8h30, no Auditório da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo.

Participante de diversas instituições nacionais, Vilaça reconhece a importância do evento bianual de Passo Fundo: "As Jornadas trazem a literatura brasileira para o centro das atenções. Aproximam obras e escritores do grande público. Convertem-se em eficiente ente motivador da leitura de literatura. Em especial, com as 'Jornadinhas', constituem importante veículo de iniciação ao prazer de ler".

Vilaça entende que o preço dos livros é o principal entrave para o acesso à leitura no Brasil e, ainda neste âmbito, teoriza sobre o desenvolvimento do hábito da leitura nos jovens: a atividade deve se dar "a partir da motivação e da escolha, sem imposições". Além disso, aponta para a importância de medidas como a digitalização e disponibilização gratuita de acervos de domínio público e a troca de experiências por meio de encontros nestas iniciativas fomentadoras de cultura no país.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mercado e criação literária para jovens leitores



A brasileira Maria Dolores Prades vem se especializando na literatura infanto-juvenil, através de diversos ângulos. Ela acaba de assumir o cargo de curadora da Babel Jr., o selo de literatura para jovens leitores da editora Babel. Como publisher e gestora, há onze anos o seu foco são os livros para essa faixa etária. Por outro lado, ela desenvolveu pesquisas sobre essa área e vem participando dos principais seminários nacionais e internacionais. E, como não poderia deixar de ser, no dia 23 de agosto, das 8h30 às 11h30, ela estará presente pela terceira vez na Jornada Nacional de Literatura, na mesa Mercado e criação literária, que faz parte do Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Juvenil - Literatura para crianças e jovens: um novo pensamento crítico.

Em sua opinião, um dos maiores entraves para a leitura entre crianças e jovens é a carga que vem com a disciplina escolar. “Isso acaba contrariando a própria natureza da leitura como atividade autônoma e a relação única e singular entre um leitor e o texto literário”, comenta. Para ela, a receita para envolver os professores na magia da leitura é simples: “é preciso formá-los leitores”.

Ela avalia de modo positivo a mania dos jovens pelas redes sociais virtuais, na perspectiva de virem a ser canais de entrada no universo da leitura. “Essas crianças que estão ligadas às redes sociais estão lendo. Não podemos reduzir a leitura a uma única forma. Se essa leitura vai ou não contribuir para a formação de leitores futuros, literários, críticos, essa é outra questão”, acredita. “Nesse sentido, acho que o prejuízo pode vir se a atividade desses jovens e dessas crianças se reduzir a isso. Se eles não tiverem modelos de leitura próximos, se o livro não for um objeto familiar, com ou sem redes sociais, a probabilidade dessas crianças e desses jovens serem leitores é bem distante.”

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Uma nova mediadora em ação



Todos os debates da 14ª Jornada Nacional de Literatura têm mediadores. E que mediadores! Há alguns anos, são os escritores Ignácio de Loyola Brandão e Alcione Araújo que cumprem esse papel. Neste ano, eles ganham a companhia de uma nova mediadora, a escritora de livros infanto-juvenis Luciana Savaget.

Em Passo Fundo, ela já participou da 12ª Jornada como autora, e no ano passado, retornou à cidade para conversar sobre os seus livros com alunos e professores. “Foi fantástico”, lembra. “É um dos mais importantes eventos literários do nosso país, que realmente valoriza e trata com respeito a literatura.”

É a primeira vez que ela vai atuar como mediadora, para um público que pode atingir cinco mil pessoas. “A expectativa é enorme, vai ser um grande desafio”, fala. E se entusiasma: “O evento é apenas a celebração de um projeto que não tem fim. Que começa nas escolas, nas praças, nos lares... A Jornada de Passo Fundo é um movimento de difusão da literatura completo, emocionante. Não tem como não participar, não se contagiar.”

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Como a internet afeta a leitura



Em todas as suas formas, as discussões sobre a literatura estarão presentes na 14ª Jornada Nacional de Literatura. Não apenas nos debates, como também em seminários e conferências que vão reunir alguns dos principais acadêmicos e pensadores do mundo. Um exemplo é o 10º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura, que tem conferências como “A leitura: estudos em rede”. Ela acontece no dia 24 de agosto, das 9h30 às 11h30, no Auditório do Iceg (prédio B5). O acadêmico espanhol Ramón Pérez Parejo, da Universidade de Extremadura, participa da discussão ao lado de Gabriel Nuñez Ruiz, da Universidade de Almería na Espanha, e José Soto Vásquez, também da Universidade de Extremadura. Entre as linhas de investigação de Ramón, estão a didática da língua e a literatura infantil e juvenil.

Doutor em Filologia Hispânica, Ramón tem muitos ensaios publicados em livro, como “Metapoesía y ficción: claves de una renovación poética (Generación del 50-novísimos)”. Com a sua experiência de 15 anos como professor, como acha que devam se envolver os jovens no hábito prazeroso da leitura? “Devemos incentivá-los de maneiras diferentes. Com textos curtos e adequados à idade, bibliotecas, variedade de leituras, participação ativa do aluno, paixão por parte do professor, oficinas de literatura. Mas não há uma receita.”

Durante a sua participação na Jornada, Ramón pretende discutir o tema da relação entre as redes sociais da internet e a leitura. “Baseando-me em diversos indicadores, defendo que quando as leituras se fazem exclusivamente pela internet elas se tornam mais superficiais. Isso porque o leitor está sendo continuamente interrompido por banners de publicidade, alertas, etc. A própria mente se torna mais superficial.” Vale acompanhar essa discussão durante a Jornada.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Quando palavra e ação caminham juntas

Foto: Marcos Zaratti/ DIVULGAÇÃO


Affonso Romano de Sant’Anna tem o dom de unir a palavra à ação. Com uma produção diversificada, pensa o Brasil e a cultura do seu tempo, e se destaca como teórico, poeta, cronista, professor, administrador cultural e jornalista. Durante a 14ª Jornada Nacional de Literatura, ele participa de um dos principais debates, “Formação do leitor Contemporâneo”, juntamente com dois pensadores e artistas argentinos de alto calibre: Beatriz Sarlo e Alberto Manguel. Uma boa novidade: Affonso lança o livro “Ler o Mundo” durante a 14ª Jornada.

Em meio a seu extenso currículo de suma importância para a literatura, ele é autor de mais de 50 obras. Participante dos movimentos de vanguarda poética nas décadas de 50 e 60, publicou o seu primeiro livro em 1962, “Canto e Palavra”. Três anos mais tarde, passou a lecionar na Universidade de Los Angeles. Já em 1968 fez parte do Programa Internacional de Escritores da Universidade de Iowa, que reuniu 40 escritores de todo o mundo.

Ele também ministrou cursos na Universidade de Köln (Alemanha), Universidade do Texas (EUA), Universidade de Aarhus (Dinamarca), Universidade Nova (Portugal) e Universidade de Aix-en-Provence (França). Foi cronista do Jornal do Brasil e O Globo. Atualmente, escreve para O Estado de Minas e Correio Brasiliense. Como artista e intelectual, uniu a palavra e a ação em sua trajetória.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Para ensinar a ler, leia

O debate “A literatura além do verbal” vai colocar em pauta um tema interessante do universo da literatura infantil: os novos formatos que vêm sendo apresentados nos livros, com diversas possibilidades gráficas. O escritor, professor e acadêmico Gustavo Bernardo é um dos debatedores, ao lado de Múrcia Martha Monteiro - Sieburth, da Holanda, Darcia Labrosse, do Canadá, Fanuel Díaz, da Colômbia, e Roger Mello, do Brasil. Eles se reúnem no dia 24 de agosto, das 8h30 às 11h30, no Auditório do Hospital Veterinário, no Campus I da Universidade de Passo Fundo, como parte da programação da 14ª Jornada Nacional de Literatura.


Carioca, Gustavo concilia a atividade acadêmica com a veia literária. Ele é Mestre em Literatura Brasileira e Doutor em Literatura Comparada. Atua como professor de Teoria da Literatura, coordenador do Mestrado em Teoria da Literatura e Procientista na UERJ, além de ser pesquisador do CNPq. Por outro lado, também tem um currículo invejável de literatura: publicou um livro de poemas e dez romances, além de dez ensaios e de ter organizado sete coletâneas. Para 2011, a editora Annablume prepara a publicação da coletânea “A filosofia da ficção de Vilém Flusser”.

Em sua opinião, um dos principais entraves para a leitura entre crianças e jovens são os exemplos fracos. “São pais que não leem e professores que, embora mandem ler, também não leem regularmente e apaixonadamente”, comenta. Assim como acontece na Jornada Nacional de Literatura, ele considera os encontros entre professores e escritores essenciais como modo de envolve-los na magia da leitura, assim como a melhoria dos salários. “Esses encontros são até mais importantes do que aqueles entre escritores e alunos. Deveríamos nos dedicar a estimular primeiro os professores, se são eles que estão no dia a dia ensinando os alunos.” Nesse contexto, o interesse das crianças e jovens pelas redes sociais da internet poderia até servir como estímulo para a leitura. “Com as redes sociais e a internet eles se escrevem, eles se leem, e ainda têm a oportunidade de trocar leituras. Pais e professores é que precisam se antenar com seus filhos e alunos, sem deixar de ler (muito!) e mostrar para eles o que estão lendo.”

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O artista gráfico Edgar Vasques participa de debate na 14ª Jornada


É a dinâmica dos quadrinhos que mais tem sido associada à produção de Edgar Vasques. Mais conhecido como autor de charges e quadrinhos, seus trabalhos mais famosos são a versão em quadrinhos de “O Analista de Bagé”, de Luis Fernando Veríssimo e a personagem Rango, um esfomeado morador do lixo, que, em suas tirinhas, lida com mazelas sociais nacionais. Rango foi criado durante a ditadura militar, num esforço do autor em abordar temas da fome e da miséria no Brasil. A concepção da personagem resultou da convivência rotineira do artista com a pobreza, morando na região central de Porto Alegre. Mas Vasques também atua como chargista, jornalista, quadrinista e ilustrador, além de ter sido co-fundador da L&PM Editores.

Ele vai falar sobre essa ampla experiência no 3º Encontro Estadual de Escritores Gaúchos, no debate “Escrever a cidade – assunto, limite, condenação e liberdade”, que acontece no dia 23 de agosto, das 8h30 às 11h30, no Auditório do Centro de Educação e Tecnologia (prédio B3), Campus 1 da Universidade de Passo Fundo. Participam também os escritores Flávio Ferrarini, Paulo Neves, Ismael Caneppele e Vitor Ramil. 
 
No passado, Vasques teve trabalhos publicados em veículos como “Playboy“ e “O Pasquim” e foi um dos fundadores da GRAFAR – Grafistas Associados do Rio Grande do Sul, nos anos 1980. Esta é uma associação aberta e informal, que existe até hoje e que desenvolve a união e o fortalecimento da categoria dos artistas gráficos no estado.
Atualmente, Vasques contribui com charges para periódicos como o jornal digital Todo Dia Online e também mantém atualizado o Blogaleria, seu site pessoal. Também lançou no ano passado, juntamente a Flávio Braga, uma versão em quadrinhos do romance “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, pela Editora Desiderata.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Imprensa em movimento

Um dos destaques da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo deste ano é a conferência “A comunicação do impresso ao digital”, dia 25 de agosto. Este encontro contará com a presença de quatro debatedores: o editor de Novas Plataformas da Folha de S.Paulo, Roberto Dias, o editor de O Estado de S. Paulo, Rinaldo Gama, o editor executivo de Plataforma Digitais de O Globo, Pedro Doria e o diretor de produto do Jornal Zero Hora, Marcelo Rech.  Mediado por Ignácio de Loyola Brandão, Alcione Araújo e Luciana Savaget, o  tema geral desta edição da Jornada é “Literatura entre nós: redes, linguagens e mídias”.