segunda-feira, 18 de julho de 2011

Literatura fantástica e games habitam o universo de Christopher Kastensmidt



Tarimba não falta ao norte-americano Christopher Kastensmidt, que vive há dez anos no Brasil. Durante a 6ª Jornadinha Nacional de Literatura, ele irá discutir a sua novela “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, baseada no Brasil colonial do século 16, no dia 25 de agosto, para alunos do 6º ao 9º ano, das 14 horas às 16h30, na Lona Vermelha, juntamente com Sérgio Capparelli. No dia 26, ele também vai participar de uma conversa paralela no auditório do Centro de eventos, das 9h30 às 10h30, para o público de pré-adolescentes e adolescentes que não está inscrito na 6ª Jornadinha.

Esta pequena novela foi uma das finalistas de uma das premiações mais importantes do mundo de literatura fantástica do mundo, o Prêmio Nebula. “A história trata de um holandês e um africano que se encontram em Salvador e começam uma série de aventuras. Ela mistura detalhes históricos com folclore nacional. Ao longo da série, os aventureiros vão conhecendo todos os brasileiros da época: índios, bandeirantes, jesuítas, escravos e outros”, conta o autor, que diz ser uma grande honra participar pela primeira vez da Jornadinha.

Ele que desenvolveu também uma série de games e é especialista em narrativas digitais, acredita que o segredo para atrair o interesse dos pequenos pela leitura é a variedade. “Cada pessoa é diferente, e se um gênero não agrada uma criança, temos que ter outros na mão para oferecer. O importante é encontrar algo que dispara o interesse daquela criança, porque o leitor é formado ou perdido na infância”, diz. “Não precisamos receber exatamente a mesma base cultural. Importante é ter cultura. A leitura, como uma árvore, vai expandindo após a semente ser plantada, não interessa qual que seja aquela semente.”

Assim como acontece na Jornada, na Jornadinha os pequenos leitores também lêem as obras dos autores presentes com antecedência para se prepararem para os debates. “Conhecimento da obra sempre ajuda na conversa. A leitura deixa a criança refletir e chegar à conversa com sentimentos e perguntas a expor”, acredita o autor. Em tempos de internet, tablets e outras plataformas de leitura, como ele, que trabalha com novas tecnologias, pensa que o interesse pelo livro impresso deveria ser estimulado? “É importante lembrar que o livro impresso não é a única forma de leitura. Hoje em dia temos pessoas que preferem o livro eletrônico, que pode ser lido nos celulares, tablets e outros aparelhos que dominam o nosso tempo. Então, por um lado, esta mesma tecnologia ajuda a difundir a leitura”, comenta. “Quando estas tecnologias chegam às escolas, podemos ver uma revolução de leitura. O número de cópias do livro não será mais uma preocupação. Com tecnologia digital, todas as crianças na escola podem ter acesso ao mesmo livro ao mesmo tempo.”