Foto: Claudio Tavares
As mutações em torno da forma de ler e de se produzir a literatura foram tônicas no debate “Literatura e arte na era dos bits”, que aconteceu às 14 horas desta terça (23), no Palco de Debates, na 14ª Jornada Nacional de Literatura. A artista digital e professora Giselle Beiguelman, a filósofa Márcia Tiburi, o quadrinista Mauricio de Sousa, o crítico inglês de literatura infantil Peter Hunt e a escritora e estudante Luisa Geisler, vencedora da categoria de contos do Prêmio Sesc de Literatura de 2010 participaram do debate.
Entre os vários depoimentos relevantes para o tema, a artista digital e professora Giselle Beiguelman concentrou a sua fala nas novas possibilidades de produção de arte em dispositivos móveis. “Ao nos abrirmos para discutir a arte em redes, precisamos repensar o contexto de leitura, em que as plataformas se multiplicam, para um leitor em trânsito e que faz outras atividades ao mesmo tempo.” Ela mostrou vídeos de códigos que carregariam informações pessoais em celulares, e a de um aparelho cuja tela muda de tamanho dependendo da necessidade.
Giselle, que reflete há alguns anos sobre a arte no contexto de redes, avalia que é provável que o livro eletrônico permita uma leitura socializada. “Acredito que deva ser uma literatura pensada para um leitor que divide a sua atenção entre objetos simultâneos, e que está em trânsito e faz a leitura em dispositivos móveis”, disse. Assim como Peter Hunt, ela destacou que o leitor será um coautor. Nada disso, porém, decretaria a morte do livro impresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário