quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Por uma nova abordagem da literatura nas universidades

Durante esta manhã de quinta-feira, o crítico, especialista em Teoria da Literatura e professor Luiz Costa Lima questionou o modo como a literatura é ensinada nas faculdades de Letras – não apenas no Brasil, mas no mundo. Ele colocou a questão durante a sua conferência “A literatura e o leitor”, no 10º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural.

Professor visitante em uma série de universidades importantes em países como a Alemanha e Estados Unidos, Luiz Costa Lima foi carinhosamente chamado de “monstro sagrado da crítica brasileira” pelo mediador, o professor de Letras da Universidade de Passo Fundo Miguel Rettenmaier. Costa Lima é autor de mais de 20 livros e representa o alto grau de erudição que parece quase inatingível nos dias atuais com a fragmentação dos interesses, a sobrecarga de informações.

Em suas falas, ele defendeu a tese de que a literatura ainda se ensina com uma visão do final do século 18. Discorreu sobre como é recente a própria palavra e significado da palavra “literatura”, antes do século 18 chamada de “belas letras”. Da mesma forma, a noção de sujeito moderno, com o eu no centro das questões, também só passou a imperar depois dos ensaios de Michel de Montaigne – anteriormente o sujeito era determinado pelo seu meio social e heranças hereditárias.

“É com o romantismo alemão da segunda metade do século 18 que a literatura aparece como expressão do eu”, explicou. Depois dessa exposição, ele concluiu que os cursos de Letras ainda se focam em uma abordagem sociológica (que impregna a história da literatura), do que nos próprios textos literários. Também ressaltou a importância de que os cursos não se concentrem apenas em literatura nacional. “É importante estudar a literatura de um outro país, e também aprender um outro idioma.”


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