“Aos trinta anos, a Jornada Literária de Passo Fundo, é uma encantadora balzaquiana – associá-la ao prolífico escritor francês é natural e justo. Nessas três décadas, poucos fizeram tanto para fomentar a literatura e a leitura no Brasil. Não apenas pela fileira de escritores convidados ou o nível dos debates, mas pela qualidade e quantidade dos participantes. É de arrepiar ver a multidão debaixo da lona do circo para assistir não malabaristas, trapezistas e equilibristas, o que já seria uma proeza, mas ouvir escritores, poetas, filósofos, compositores, dramaturgos, críticos, cineastas, professores, o que é quase inacreditável. Gente de todo canto do mundo, de todo gênero, de toda idade e formação. No palco e na platéia! Sem badalação, mas num clima de festa e congraçamento, realiza-se um sonho que persigo há anos: a reaproximação da educação e da cultura, rompendo a esquizofrênica separação que vem empobrecendo a cultura e a educação. Impressiona que uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, tenha tido a idéia luminosa de criar esta Jornada, e, principalmente, tenha sabido mantê-la viva e atuante ao longo do tempo. Com a mudança dos costumes, balzaquiana hoje é uma menina-moça, não a senhora francesa que Balzac imaginou. Muitos anos de vida para a bela e saudável menina-moça de Passo Fundo!”
Alcione Araújo, escritor coordenador de debates da Jornada
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